Evento em Campos do Jordão destaca o agroturismo que revoluciona São Paulo

O estado de São Paulo vem se destacando de forma robusta no agroturismo. Parte deste salto extraordinário se deve à força da viticultura, que tem transformado regiões sem tradição no setor em referência nacional. Área de parreirais em expansão, vinhos cada vez melhores e premiados, estruturas enogastronômicas de padrão internacional e mão de obra qualificada, ou seja, toda a cadeia vitícola em movimento. Este é o atual cenário da viticultura no estado de São Paulo.

É neste contexto que o estado vem se destacando nos últimos anos. Além da produção de elegantes e diversificados rótulos, vários deles medalhados, as vinícolas têm cada vez mais oferecido opções de lazer, entretenimento e gastronomia de altíssima qualidade, tornando-se verdadeiros complexos turísticos. Algumas, inclusive, se transformaram nos principais atrativos dos municípios onde estão instaladas.

O agroturismo, neste sentido, já não é mais o mesmo de décadas atrás. Houve uma notória evolução no segmento, com impacto econômico e revolução no emprego.

 

 

O assunto ganhou relevância na última semana com um importante debate ocorrido na Câmara Municipal de Campos do Jordão. O evento reuniu prefeitos, autoridades e produtores da região. Vale destacar a presença do secretário-executivo de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Edson Fernandes, e da presidente da Câmara Setorial de Viticultura, Vinhos e Derivados do Estado de São Paulo, Célia Pinotti Carbonari. Célia é também  sócia-proprietária da Vinícola Villa Santa Maria, localizada no Vale do Baú, em São Bento do Sapucaí (SP). Também compõem o comando da vinícola os empresários Marco Carbonari e Guto Carbonari.

O encontro, intitulado Fórum de Desenvolvimento do Agroturismo, discutiu o potencial da região da Alta Mantiqueira. No evento, promovido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, ficou estabelecido que haverá um esforço conjunto do segmento para a criação de uma comissão voltada ao desenvolvimento e o fomento do setor.

 

A região, popularmente chamada de a “Toscana Brasileira”, é um sucesso turístico durante todo o ano, colocando Campos do Jordão entre as dez cidades brasileiras mais visitadas.

 

“Temos muito potencial para crescer e tornar a região um grande e estruturado polo agroturístico no Estado. O agroturismo contribui para a fixação do homem no campo e agrega valor às propriedades rurais, principalmente as familiares”, ressaltou Edson Fernandes.

A região possui rotas com potencial turístico de diferentes culturas, como vinho, mel, cerveja artesanal, queijo, charcutaria, pinhão, frutas vermelhas, truta, além de serem grandes produtores de azeite.

Segundo Edson, a região possui produtos de excelência e produtores artesanais dedicados. “Estamos aqui para trabalhar muito e trazer mais estrutura para que os turistas que estão aqui todos os anos possam conhecer ainda mais esses lindos municípios da região. A visita às propriedades rurais são mais do que turismo, são experiências que remetem a cultura no campo, a uma sensação de volta às origens, de conforto”, concluiu.

 

O objetivo do fórum foi debater as estratégias para fomentar o agroturismo, com foco nos municípios de Campos do Jordão, São Bento do Sapucaí, Santo Antônio do Pinhal e Monteiro Lobato.

 

 

 

 

Villa Santa Maria

Célia Pinotti Carbonari destacou em sua fala na tribuna da Câmara de Campos do Jordão a importância do poder público apoiar e fomentar o desenvolvimento regional. “Nós descobrimos que a região tem um potencial gigantesco para o agro. Temos várias vinícolas, laticínios, fábricas de queijo, mel e hortaliças. Praticamente só trabalhamos com produtores locais”, salientou Célia.

A empresária, cuja vinícola é a produtora dos Vinhos Brandina, fez questão de agradecer o apoio dos gestores públicos aos produtores da região e ressaltou que essa valorização do desenvolvimento local é uma tendência em todo o mundo.

 

“Temos uma gastronomia de excelência. Estamos tentando agregar e trazer juntos todos os produtores rurais para que a gente fortaleça essa cadeia”, afirmou.

 

Segundo Célia, essa valorização dos produtores locais tem também um efeito social, pois cria condições para que as novas gerações possam se fixar no mesmo lugar de seus pais, colaborando com os negócios e modernizando as suas estruturas. “Assim, vamos deixar receitas importantes no próprio município”, destacou, usando como exemplo a Rota do Enoturismo, da qual faz parte a Villa Santa Maria. “A realidade social e a realidade econômica se transformam”, reforçou Célia Carbonari. “Isso traz uma noção de pertencimento para os jovens, que deixam de migrar para outros lugares e passam a contar a própria história nos lugares onde nasceram”, concluiu.