O agronegócio é um pilar essencial da economia brasileira. Não é diferente no estado de São Paulo, com sua riqueza industrial e tecnológica. No cenário paulista, é cada vez mais presente a força da viticultura. A uva e o vinho têm ganhado cada vez mais protagonismo, conforme salienta a presidente da Câmara Setorial de Viticultura, Vinhos e Derivados, Célia Pinotti Carbonari, sócia-proprietária da Vinícola Villa Santa Maria. A vinícola é uma das que contribuem com essa fronteira de forte expansão. Ela é a produtora dos vinhos Brandina.

O Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, entende que o estado vive o seu melhor momento no setor. São cerca de 250 vinícolas cadastradas. Essa produção alavanca a cadeia de comércio e de de serviço em suas regiões.

Para a presidente da Câmara Setorial, Célia Pinotti Carbonari, embora a produção de uvas não tenha o mesmo volume de outras culturas importantes do agro paulista, como a cana-de-açúcar e a laranja, ela carrega atributos como a alta empregabilidade.

“Dependendo da complexidade do terreno, você emprega de um a dois funcionários por hectare. Ao contrário da soja, do milho, da cana-de-açúcar e até da pecuária que, às vezes, emprega uma pessoa a cada 120 ou 150 hectares”, afirma.

A viticultura também alimenta outras cadeias locais, movimentando o comércio e serviços como hospedagem e gastronomia.

 

Cachos de uva Chardonnay, que fazem parte da colheita de Verão da Villa Santa Maria – Foto: Divulgação

Oito vezes mais

O setor de produção de vinhos no Estado de São Paulo está em expansão. Prova disso é o aumento no número de pés de uva voltados à viticultura, que neste ano saltou oito vezes em relação ao ano passado. Foram 7,8 mil unidades plantadas em 2022, contra quase 64 mil em 2023, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Pasta de Agricultura.

Esse aumento das plantações se deve a um conjunto de fatores. Há um crescimento do mercado do turismo ligado às vinícolas, aliado à alta qualidade da uva no Estado de São Paulo propiciada pelo manejo da dupla poda, o que permite colher uvas finas e, consequentemente, fazer vinhos de mais qualidade.

 

O setor tem atraído cada vez mais investidores.

 

De acordo com a Câmara Setorial de Viticultura, Vinhos e Derivados, pelo menos 40 vinícolas gourmet estão sendo formadas nas regiões de Espírito Santo do Pinhal, São Roque, Jundiaí, Louveira e Indaiatuba. Isso se reflete no campo, onde há mais videiras plantadas. O impacto será sentido na cadeia produtiva do vinho em três ou quatro anos, quando for realizada a colheita da primeira safra.

 

Dupla poda e premiações

O aumento na qualidade do vinho produzido em São Paulo é fruto de um trabalho iniciado 20 anos atrás, quando os produtores paulistas de uva passaram a adotar a técnica da dupla poda das videiras. O método gera uma inversão no ciclo da planta, o que possibilita que a maturação e a colheita das uvas aconteçam no Inverno, período com menos chuvas e elevada amplitude térmica.

 

 

Com esse salto, o objetivo é valorizar cada vez mais a diversidade do setor no estado, reconhecendo a qualidade tanto dos vinhos de mesa como dos chamados vinhos finos.

 

 

E o esforço já vem sendo reconhecido em premiações internacionais, colocando os vinhos paulistas no mesmo patamar dos melhores produtores do mundo. Em abril deste ano, por exemplo, diversos vinhos de São Paulo receberam medalhas na Decanter Wine Awards 2023, um dos mais respeitados concursos do mundo e onde foram avaliados mais de 18 mil rótulos. O Brandina foi um deles.

 

Com informações da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento